O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), através das suas atribuições, considera que os vazamentos de derivados de petróleo e outros combustíveis podem causar contaminação de corpos d’ água subterrâneos e superficiais, do solo e do ar. Assim, toda instalação e sistema de armazenamento de combustível configura-se como empreendimento potencial poluidor e gerador de acidentes ambientais.
Por este motivo, iniciou-se a regularização ambiental de postos revendedores de combustível no Brasil, através da Resolução 273 de 29/11/2000, onde foram adaptadas e criadas leis estaduais, procedimentos, normas da ABNT e portarias do INMETRO.
A armazenagem de combustíveis em postos revendedores, indicado de forma normativa, é feita por tanques jaquetados subterrâneos, que complementam o SASC, Sistema de Armazenagem Subterrânea de Combustíveis.
Segundo a NBR 13784 de 03/2014, que fala do armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis, devem ser adotados métodos para detecção de vazamentos em sistemas de armazenamento de combustíveis subterrâneos, entre eles o monitoramento intersticial.
O espaço intersticial é o espaço entre a parede interna (aço carbono) e a parede externa (termofixa), que permite o monitoramento da presença de líquidos, em um tanque de parede dupla.
Requisitos do sistema de monitoramento
O método baseia-se na instalação do sensor no espaço intersticial do tanque de parede dupla, ativando o alarme quando da presença de líquido.
O sistema é composto por sensor instalado permanentemente e ligado a uma central de controle e deve atender os seguintes requisitos:
- Detectar de forma contínua a presença de líquido com no mínimo 95% de probabilidade de acerto.
- Possuir auto-diagnóstico informando falhas no sistema.
- Ser compatível com o produto armazenado.
- Ter memória capaz de arquivar 25 eventos.
- Possuir alarmes sonoros e visuais.
- Não comprometer a estanqueidade do interstício.
- Ativar o alarme de presença de líquido, com um nível máximo de 45 mm do líquido dentro do tubo.
Como funciona
Imagine que temos dois tanques, um dentro do outro. Agora imagine que entre estes dois tanques existe um espaço vazio, por onde ar e líquido conseguem fluir. Se o material contido no primeiro tanque vazar, ele é contido pelo segundo tanque. Esse é o princípio de funcionamento do tanque jaquetado subterrâneo.
No conjunto o primeiro tanque é de aço carbono e o segundo de resina reforçada com fibra de vidro. O espaço “vazio” entre os dois tanques chama-se espaço anular intersticial ou interstício.
É um espaço muito pequeno (entre 0,1 mm a 1mm), que ocupa mais de 90% da superfície do tanque metálico e pelo qual eventuais vazamentos são conduzidos para o lado de baixo do tanque por gravidade. Lá ele acabará chegando ao tubo de monitoramento, que é um tubo que atravessa o tanque metálico, ligando o interstício ao meio externo, e pelo qual um sensor é introduzido.
Este sensor identifica uma eventual presença de líquidos, informando a uma central que ativa o alarme.
Saiba mais sobre os tanques jaquetados.
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